Ricardo Ermel*
Quantas âncoras devemos ter a bordo?
Essa é uma pergunta que ecoa embaixo dos bonés dos comandantes.
Os mais precavidos têm pelo menos três, duas compatíveis com o tamanho do barco e outra ligeiramente menor. Já os que procuram conforto aliados a segurança, duas, sendo uma compatível com a embarcação e outra menor. Já os de primeira viagem transportam apenas uma, e, normalmente optam por um peso confortável, e, compatível com a força muscular para içá-la.
O segundo ferro, reserva, compatível com o tamanho da embarcação, também é conhecido como Âncora de Esperança ou Ferro de Roça, e normalmente é usado em momentos de emergência, e, aconselha-se mantê-lo pronto para uso.
A menor âncora, ou a mais leve, geralmente de 1/4 a 1/3 do peso da âncora principal, poderá adotar várias funções, como por exemplo:
- Em mal tempo entrar em linha com a principal, aumentando em muito a ancoragem da embarcação;
- Como âncora de través, usada para manter o barco afastado do cais;
- Para uma ancoragem rápida, como um almoço a bordo ou eventos de curta duração;
Como de popa, podemos destacar três situações que ela é utilizada:
- Quando aproado a um cais – é lançado a âncora de popa para evitar que a embarcação rabeie;
- Para manter uma proa fixa fundeado – usado em locais com muitos barcos, ou em canais estreitos, e lançado para evitar que a embarcação não rode com a mudança de vento, maré ou correntes, porém, certifique-se que os seus vizinhos também estão usando, senão podes acabar numa “cama de gato”;
- Num desembarque na praia – nesse caso também estamos querendo manter uma proa fixa, mas alguns cuidados devem ser observados pensando nos outros frequentadores, e, nos acidentes que o seu equipamento poderá ocasionar:
- Deixe-a visível – enterre-a, mas coloque cocos, madeira ou alguma sinalização sobre ela, assim evitará que algum frequentador se machuque sobre ela;
- Use um cabo de uma cor que contraste com a areia, ressaltando onde ele está e evitando tropeções e quedas;
- Observe se o cabo está atritando com algo que possa põe-lo, como pedras, evitando que seu barco se solte inesperadamente acabando sobre outros;
Mantenha a distância segura de outras embarcações, lembre-se que pode haver mudança na direção do vento e ondas.
Lembro que o fundeio principal deve ser sempre efetuado pela proa, dessa forma evitarás que embarque água pela popa no caso de ondas e ventos. Reforço que o barco deve estar preparado para receber o cabo do ferro.
Certifique-se que os cunhos estão preparados para a tração que irão sofrer. Em caso de fundeios longos utilize o cabo passando em dois cunhos.
Ao utilizar o ferro de popa, fique atento para que que o barco possa girar sem o cabo danificar ou atritar o motor, quinas, costado, ou algum equipamento. Tenha cuidados extremos se houver necessidades de engrenar o motor com o ferro de popa ainda na água.
Em manobras de lançar e suspender ancora, mantenha sempre à mão uma faca amolada ou uma pequena machadinha, para cortar o cabo em situações de emergência que poderão surgir.
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*Ricardo Ermel, além de “Homem do Mar”, nosso amigo e colaborador, é especialista em Logística Náutica e gerencia a Marina Piratas, do Grupo BR Marinas em Angra dos Reis – RJ.